Ferro duro de consciências.
Marcha.
Em outras partes,
trens mais rápidos
ameaçam a viagem.
Lança o passado na fornalha,
queima e esquece.
Milhões de bocas famintas,
insaciáveis,
desejam chegar.
"Guardem a fome de hoje,
amanhã haverá pão!"
Silenciosamente milhões queimam.
Rios para eletricidade.
Florestas para lavoura.
Mares para o petróleo.
Montanhas para o minério.
Queima-se também o futuro.
No primeiro vagão,
ricos mais ricos,
seguros do direito de serem ricos.
No último, sem banheiros,
o esgoto corre entre os bancos.
Mas tem tv, novela e futebol.
E o trem embala,
veloz, acelerado,
máquina dos sonhos.
Seremos a locomotiva mais rápida do mundo.
Vamos chegar.
2 comentários:
Em lugar algum!
Lindo blog, parabéns.
Boa semana. ;D
Rodrigo, parabéns!
pelo blog, por você ser quem é, ou não ser, pelos escritos lindos, pelos pensamentos que mostram a sua alma...belíssima, por sinal!
Abraços perfumados
Regina
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